A IMPOSSIBILIDADE DE AMAMENTAR: Sentimentos atribuídos as mães com sorologia positiva para o HIV
DOI:
https://doi.org/10.18406/2359-1269v5n12018148Palavras-chave:
Aleitamento materno, HIV, Saúde da mulher.Resumo
No Brasil, no período de 2000 ate junho de 2016, foram notificadas 99.804 gestantes infectadas por HIV. Fator considerado, um relevante problema de saúde pública, pela possível transmissão vertical (TV) do HIV. Com a introdução da terapia antirretroviral ou HAART (highlyactiveantiretroviraltherapy), estudos evidenciaram que o tratamento é eficaz para o controle da doença, melhoria da qualidade de vida e diminuição da transmissão do vírus, entretanto a amamentação é contra-indicada. Sabe-se que o aleitamento materno exclusivo é recomendado até os seis primeiros meses de vida sendo considerado o modo mais natural e seguro de alimentação para o neonato, possui uma influência biológica e emocional sem igual sobre a saúde tanto de mães quanto de crianças. Assim, objetivou-se neste estudo conhecer as peculiaridades apontadas pela literatura sobre os sentimentos, motivações e desafios das mães, com sorologia positiva para o HIV diante da impossibilidade de amamentar. Tratou-se de um estudo descritivo, realizado por meio, de uma revisão integrativa de literatura com abordagem qualitativa, nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde). A amostra foi composta por 05 artigos após seleção criteriosa, utilizando-se dos seguintes descritores: “aleitamento materno; HIV; saúde da mulher”; além de critérios de inclusão (artigos publicados nos últimos 10 anos; relacionados ao tema e escritos em língua portuguesa) e exclusão (artigos repetidos em mais de uma base de dados, artigos que após leitura minuciosa tenha-se identificado que não eram compatíveis com o tema). Os artigos foram submetidos à análise conteúdo, temática, com seleção de citações, descrições ou conceitos de interesse inerente ao tema. Os elementos forem descritos em categorias que dizem respeito, essencialmente, ao receio de revelar o diagnóstico que reside no temor quanto ao julgamento social, à humilhação por serem portadoras do vírus HIV; a tristeza, desespero, frustração, negação, culpa e solidão, afastamento da família e do trabalho; além dos medos da dor, morte, e de transmitir doença para a criança ao amamentar. Conclui-se que esses sentimentos precisam ser percebidos pela equipe que presta assistência, no sentido de planejar ações que venham minimizá-los. Sendo assim, aponta-se uma percepção para além do biológico, relacionando a complexidade da situação e a necessidade de ampliação da visão do pesquisador e dos profissionais da área da saúde, de forma a, proporcionar um atendimento digno e humanizado a essas mulheres.
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